sexta-feira, 30 de outubro de 2009

minha mãe



Sempre pensei que eu fosse a ovelha negra da família. Mas com o tempo descobri que todos já fomos ou seremos um dia. Sempre fui a que descordava de tudo, que não aceitava ter que ser como os demais da família, e regras sempre achei que elas fossem criadas somente para serem quebradas. Nunca aceitei que ninguém me dissesse como eu deveria me comportar ou qual era a atitude esperada, eu sempre fiz como achei que devia ter feito. Se eu acertei? Não. Na maioria das vezes quebrei a cara. Se eu me arrependo. Não. É vivendo que se aprende.
E viver significa tentar e nem sempre acertar... Eu fiz minhas escolhas e nem todas foram as melhores ou as mais corretas, mas todas valeram a pena. De tudo o que vivi que em vista de muitas vidas por aí já foi muito mesmo que tenha sido em pouco tempo, o que mais importante foi o amor da minha mãe. Amou-me quando devia me odiar....apoiou-me quando o mundo dizia que não...ensinou que tudo da vida é uma grande lição...

à você filha...


Nunca imaginei antes de você que eu pudesse amar alguém tão intensamente. Jamais imaginei que eu ficaria acordada depois da aula...altas horas da noite... super cansada...só pra admirar alguém dormir. As vezes acho que não há lugar pra mais ninguém em meu coração.
Não consigo imaginar minha vida sem você, seu riso que enche a minha alma, seu olhar que me faz acreditar que posso vencer tudo... Você é meu mundo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

a mãe que eu quero ser...


Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:– Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer vocês saberem que aquele novo amigo não era boa companhia.- Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto a vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.- Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.- Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade por suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:"Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo..."– As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas.As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e "fuçava" nos nossos e-mails).Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles.Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violava as leis do trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho, que achávamos cruéis.Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade.E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos.A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por qualquer crime.FOI TUDO POR CAUSA DELA.Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "PAIS MAUS", como minha mãe foi.EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS. "Dr. Carlos Hecktheuer - Médico Psiquiatra"
estamos gerando ainda...aguarde...